segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Abrea realiza manifesto contra amianto em Recife



Substância, considerada cancerígena, está presente nas casas

A Associação Pernambucana dos Expostos ao Amianto (APEA) realizou manifestação, no último sábado, distribuindo panfletos e expondo cartazes explanando sobre a realidade da substância no Brasil e o quanto ela é prejudicial à saúde daqueles que têm, de alguma forma, contato com ela, seja manuseando-a ou inalando-a. A mobilização aconteceu na esquina da avenida Caxangá com a rua Benfica, no bairro da Madalena. Eles se revezavam nos dois semáforos.
Os manifestantes eram, na sua maioria, ex-empregados de fábricas que manuseavam a substância e, hoje, são contaminados pelo amianto. “Temos muitos colegas que morreram e outros ainda vão falecer por conta disso. O câncer provocado pelo amianto é muito cruel e vai ressecando o corpo por dentro. No momento, tem mais uma vítima internada no hospital e o laudo médico confirma que a doença está relacionada à exposição anterior ao mineral”, disse o presidente da APEA, João Tenório da Silva, que acompanha, aproximadamente, 200 casos no Estado.
Segundo o presidente nacional da entidade, Eliezer João da Silva, o amianto está em telhas, caixas d’água, tubulações, entre outros, e o risco está na liberação das fibras no ambiente. Elas são cancerígenas e podem ter dimensões pequenas não vistas a olho nu. “Muitas casas e canos aqui ainda são feitos de amianto e isso deveria ser trocado e aterrado“, contou. Ainda de acordo com a Abrea, o Brasil é o maior produtor do mineral no mundo, com uma produção de 250 mil toneladas, dos quais 30% suprem o mercado nacional e 70% são exportadas. O amianto, ou asbesto, é um cancerigeno conhecido que já tirou milhões de vidas e tem o seu uso proibido ou restrito em 62 países, entre eles a Itália, Japão, França, Alemanha e Austrália. No Brasil, a cidade de São Paulo foi uma das primeiras a banir o uso do mineral, através da lei 13.113, de março de 2001. A única mina em exploração comercial autorizada fica em Goiás, no município de Minaçu.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 125 milhões de pessoas continuam a se expor ao amianto em seus locais de trabalho, e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 100 mil trabalhadores morrem a cada ano de doenças relacionadas ao amianto. Ainda assim, uma rede mundial de grupos de lobby gastou quase US$ 100 milhões desde a metade dos anos 80 a fim de preservar o mercado internacional.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

MAIS UMA VEZ O LOBBY DO AMIANTO É DERROTADO: AGORA NO CONAMA

Dia 16/12/2010 vai ficar na memória dos militantes anti-amianto quando mais uma vez o prepotente lobby do amianto foi derrotado ao tentar impor sua "verdade" sobre a "inocuidade" da fibra cancerígena goela abaixo dos 10 conselheiros da Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que tem representantes de governos federais, estaduais e municipais, dos ambientalistas e do setor empresarial.
Por 6 votos contra, 3 a favor e 1 abstenção acabou o sonho acalentado pelos lobbystas que há 6 anos tentavam revogar a Resolução 348/2004, que classificou o resíduo de construção civil, contendo amianto, como perigoso.
Foi uma lição de cidadania que ali se assistiu quando se aniquilou as pretensões da indústria da morte, que produz pesquisas e uma ciência duvidosa e comprometida com seus interesses (junk science) para dar sustentação à sua tese mirabolante de que o amianto brasileiro é inofensivo quando no mundo inteiro é chamado de "a poeira assassina" que causou a maior "catástrofe sanitária" do século XX.
Tentaram o mesmo golpe na Assembléia Legislativa de São Paulo para inviablizar a lei paulista de banimento do amianto, usando de fachada o mandato de um deputado do PTB, que descaradamente de defensor do banimento se transformou no porta-voz e defensor da indústria do amianto. Por sorte, o tal deputado não foi reeleito para o próximo mandato.
A sociedade brasileira não suporta mais estes métodos fascistas que tentam calar os que se opõem a estas atividades industriais poluidoras e que provocam uma verdadeira carnificina.
Até a vitória final!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

OAB Nacional recebe entidade que defende banimento do amianto no País

Foto: Eugenio Novaes/ENFOTOS


Brasília, 14/12/2010 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, recebeu hoje (14) em audiência o presidente da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), Eliezer João de Souza, acompanhado dos assessores jurídicos, Dres. Mauro Menezes e Shigueru Sumida da Alino E Roberto e Advogados. Estava presente também a Auditora Fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego em São Paulo, a engenheira Fernanda Giannasi, conhecida defensora da proibição do amianto.

A Abrea defendeu o "banimento" do amianto crisotila, denominado "a fibra assassina", pelos graves malefícios à saúde dos trabalhadores das minas, indústrias de transformação, construção civil, manutenção e dos usuários em geral. O amianto já foi banido em 62 países e o Brasil é um dos maiores produtores e utilizadores mundiais do mineral cancerígeno.

Durante a reunião, os representantes da Abrea solicitaram ao presidente nacional da OAB que a entidade avalie as conseqüências do uso do amianto no Brasil e os graves impactos sobre a saúde. Requereram também à OAB que ingresse, na condição de Amicus Curiae, em apoio à Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 4066, que tramita no Supremo Tribunal Federal, versando sobre a declaração de inconstitucionalidade da lei do uso "controlado" do amianto no Brasil. Ophir observou que a questão já vem sendo examinada, no âmbito do Conselho Federal da OAB, pelas Comissões de Direitos Sociais e Direito Ambiental da entidade.

O Presidente da OAB confirmou ter recebido anteriormente os representantes da indústria e defensores do amianto, bem como a associação dos produtores de fibrocimento "asbestos free", tendo recebido de ambas representações industriais vários documentos, com posições contrárias e a favor da proibição do amianto, tendo-os encaminhado para exame das mencionadas comissões.